segunda-feira, 23 de março de 2009

Contra o circo e as touradas


Pedro Abrunhosa defende que «a tradição dos circos com animais e a das touradas é para abolir», porque em sua opinião «o grau civilizacional vê-se pela forma como tratamos os animais», escreve a Lusa.

O músico prestou estas declarações esta tarde quando ia a passar frente ao Coliseu do Porto, na altura em que a organização Animal promovia um «protesto contra a manutenção e uso de animais em circos e pela proibição desta actividade».

A Animal, que se tem distinguido pelas suas acções anti-tourada, tem em curso há dois meses uma recolha de assinaturas visando propor à Assembleia da República uma «lei de protecção dos animais» e «para acabar com os crimes sem castigo».

Maria José Aragão, activista desta organização, revelou que «já haverá cerca de seis mil assinaturas», mas o objectivo final é conseguir «muitas mais, à volta de 30 mil».

Abrunhosa afirmou que já tinha dado o seu apoio à Animal, sublinhando estar «plenamente de acordo» com esta campanha. «É uma questão de humanidade e de civilidade», considerou.

Poder dos mais fortes

O que se passa nos circos que utilizam animais e nas touradas resume-se, em seu entender, a «uma questão de exercício do poder dos mais fortes sobre os mais fracos», o que para «é chocante». Por isso, Abrunhosa declara-se «apologista do fim dos circos, das touradas e dos jardins zoológicos».

Nesta quadra, muitas pessoas vão aos circos porque as empresas onde trabalham oferecem bilhetes. Foi o caso de um casal que, acompanhado pelo filho, acabara de sair do Coliseu do Porto onde viu o «Monumental Circo», um clássico natalício desta sala.

Este casal, que foi ao circo porque ele trabalha nos CTT e a empresa lhe deu os bilhetes, não tem dúvidas de que «os animais são maltratados», mas salientam que as pessoas dizem hoje que «já não se vêem tantos» e que «antigamente era pior».

«Não sei que se passa lá dentro»

Carlos Fonseca também argumentou desconhecer «o que se passa lá dentro». Já César Moura, de Rio Tinto, em Gondomar, e a mulher ficaram com a opinião sincera de que «os animais estavam muito bem tratados». O espectáculo que viram no Coliseu «tinha só cavalos e cães e ninguém lhes bateu», afirmaram.

A Animal pensa que as empresas podem colaborar nesta campanha em prol dos direitos dos animais, «deixando de oferecer bilhetes para circos».

Este sábado, esta organização começou por se manifestar diante de uma loja portuense, a Beigel, na Rua de Santa Catarina, que vende roupas feitas com pele de animais.

À tarde, frente ao Coliseu do Porto, a mensagem era outra. Os activistas, cerca de uma dezena, empunhavam pequenos cartazes onde se podia ler «Circos ideais não têm animais» e exibiam uma faixa com a inscrição «Boicote e ajude a proibir o circo com animais».

Na Expo, à porta do circo

Onze membros da associação ANIMAL começaram a protestar pelas 20:00 horas, junto de um circo do Parque das Nações contra as «condições miseráveis dos animais naqueles lugares», enquanto o circo rejeitou todas as críticas.

No centro das críticas está a «exploração e ridicularização dos animais num espectáculo, que lhes diminui a dignidade, assim como os treinos violentos a que são sujeitos». «Estão fechados em jaulas e sujeitos a problemas emocionais e psicológicos», acusou o presidente do organismo, Miguel Moutinho.

Pela parte da família Cardinalli foi garantido que os animais naquele circo são «melhor tratados que algumas pessoas» e lembrou que há muitos cães e gatos «fechados» em casa.

«Os nossos animais são melhor tratados que muitos seres humanos ou pessoas que estão na rua e que até têm família. E estes animais iriam morrer se fossem libertados na selva porque nasceram e sempre foram tratados em cativeiro», disse Filomena Cardinali à Agência Lusa.


http://diario.iol.pt/noticia.html?id=896074&div_id=4071

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